segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mídia reflete a mediocridade humana

O estranho gosto por manchetes de crimes, catástrofes e desgraças,
denotam que a humanidade quer, mas ainda não sabe nem deseja conviver
com uma vida boa e harmônica.

Noticiários e programas especiais crescem muito no índice do IBOPE quando o assunto é trágico, cruel e chocante. No segmento de programas de entretenimento, o que dá IBOPE é o apelo sexual, o sarcasmo exacerbado que releva o sectarismo em detrimento da paridade humana e faz crescerem os preconceitos. Já os filmes de terror e violência são os preferidos do público em geral.
Estas são marcas sérias de uma sociedade doentia que volta sua mente para o lado obscuro da vida, denotando toda sua mediocridade.Há uma linha tênue que separa a discordância e a indignação para com os aspectos mais cruéis e violentos do mundo, do gosto pela tragédia.
Discordar e indignar-se são partes do lado saudável da mente que se ocupa em construir melhoras para o mundo, enquanto que investir as capacidades dos nossos sentidos para absorver o que há de mais chocante, trágico e imoral é uma prática perturbadora que frustra toda e qualquer iniciativa de se atingir um grau mais elevado na escala evolutiva desta humanidade.
Tal como ingerir um alimento degenerado que irá causar problemas digestivos, bacteriológicos e outros, nutrir o psiquismo, a mente e o espírito com notícias de tragédias, catástrofes, violências, irá causar ao indivíduo problemas de ordem psíquica, moral e espiritual.
O curioso é que, a despeito desta regra lógica e simples, o ser humano continua se alimentando do que há de mais deletério para o espírito e desejando do invisível o melhor. Prostra-se de joelhos diante de imagens de santos e deuses para pedir paz, saúde, proteção e felicidade, quando o que aplaude é mesmo a guerra, a violência, a doença e a maldade.
Se é válido pensar que “quem planta vento, colhe tempestade”, é lícito dizer que não se pode desejar uma vida harmônica e pacífica colocando o foco das atenções nas desgraças do mundo.
O sucesso de livros de autoajuda e mensagens de positivismo de nada valem se você puser suas lições de lado para dar atenção às notícias das quais se espreme o sangue e o viço de milhares e milhares de pessoas que as catástrofes ambientais e sociais têm vitimado, dia após dia, em nossos dias.“A mídia é a culpada disto”, dizem uns. Todavia, quem dita tendência na mídia é a própria audiência, que sobe a nível elevado quando se trata de notícia ruim, aquela que, no popular, “vem a cavalo”.
Que seriam dos famosos sem seus dramas pessoais, sem seus escândalos? Que homem alcança mais destaque social senão aquele que escandaliza e se destaca vil em meio a outrem?Homens de fé, homens de bem e de amor puro, estes são varridos do mundo como cânceres indesejados.
O maior deles morreu absurdamente castigado, ferido e aviltado, pregado numa cruz. E foi justamente ele quem nos lembrou: “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mateus, 18:7)
Desejando, pois, uma vida serena e plena de felicidade, é importante filiar-se mental e espiritualmente à corrente do bem, do belo, do justo e do amoroso. Sem isto, o mundo não passará a degraus superiores ao da própria mediocridade onde se assentou.

Um comentário:

  1. Esse texto é um bofetada na cara da humanidade, minha amiga. É tudo isso mesmo, nú e crú.

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