domingo, 24 de abril de 2011

Tributo a Sathya Sai

Hare, Rama!

Hare, Krishna!

Hare, Sathya Sai!

Como devotos amorosos e tementes, muitos dos seis milhões de seguidores de Sathya Sai Baba lamentam e choram, no dia da páscoa cristã, a morte do seu grande guru. Outros, porém, conscientes da trajetória tríplice do avatar (encarnação ou reencarnação de um deus), apenas o louvam e abrem seu coração para o retorno em breve do seu mestre e deus.

Para quem não sabe, Sai Baba é uma das emanações divinas que já encarnou na Terra como Rama, Krishna, e então Sai Baba, nesta última vivendo uma encarnação em três fases. A primeira, como Baba de Shirdi, ele foi tido como homem santo que reuniu no seu entorno muçulmanos e hindus, que se odiavam entre si, e mesmo assim congregavam para adorar ao mestre igualmente.

Shirdi, em seu leito de morte, anunciou que reencarnaria oito anos mais tarde, o que ocorreu com o nascimento de Sathya.

Sathya, por sua vez, desde tenra idade teve a consciência de quem era e é. Aos 5 anos já era venerado como futuro guru da Índia e por volta dos 15 anos deixou a casa materna para montar o seu ashram (comunidade formada intencionalmente com o intuito de promover a evolução espiritual dos seus membros, frequentemente orientado por um místico ou líder religioso).

Em determinado momento, anunciou que morreria aos 96 anos e que reencarnaria dois anos depois, para cumprir com a terceira e última etapa desta tríplice encarnação, desta vez como Prama Sai Baba.

Sathya Sai morreu neste domingo, 21 de abril de 2011, aos 85 anos, cerca de dez anos antes do previsto, de falência múltipla dos órgãos. Podemos imaginar que a antecipação de sua morte seja algo relacionado às intenções do Senhor Javé quanto ao cumprimento do segundo advento do Cristo, uma vez que as atenções do mundo devam se voltar prioritariamente para este evento, o que seria mais difícil com Sai Baba encarnado, e sendo este um dos que deverão acompanhar o cortejo daquilo que Jan Val Ellam idealiza como sendo o primeiro grande evento de contato direto da reintegração cósmica da Terra.

Na qualidade de deus, Sai Baba, para a concepção humana, poderia dividir opiniões e entendimentos, caso permanecesse encarnado quando da vinda de Jesus, enquanto Javé se esforça, por todos os meios que lhe são possíveis, por trazer para a comunidade terrestre e cósmica a consciência de que ele é quem é o criador e senhor absoluto deste Universo.

O cumprimento antecipado da segunda etapa da encarnação de Sai Baba não diminui a importância da sua influência na Índia e no mundo. Seu legado na educação, através do projeto Educare, cuja aplicação foi sempre disciplinada e dirigida para a maior evolução dos humanos, nunca envolvendo relações comerciais e sempre trazendo à responsabilidade educandos, pais e educadores, transformou-se no maior projeto de resgate e sobreposição dos valores humanos que o mundo já viu.

Tal projeto, pela força amorosa e de verdade que carrega, finalmente derrubou as barreiras fronteiriças que separavam a Índia do mundo, sobretudo, do Ocidente, conquistando no globo mais de setenta e cinco milhões de devotos conhecedores e muitos deles praticantes do método educacional.

Para atender às tradições da cultura hindu, Sathya Sai Baba também foi um fazedor de milagres curando e manifestando na matéria o que bem quisesse manifestar, prática esta típica dos mestres, gurus e líderes religiosos da Índia desde há muito. Porém, o que os olhos não viram, mas o coração mais sensível sentiu, foi o seu trabalho silencioso no amor que, ao espalhar pelo mundo, foi capaz de dirimir ações que poderiam resultar na derradeira guerra atômica com a consequente destruição da humanidade neste planeta.

O mundo estaria muito pior não fosse a presença materializada de Sai Baba durante esta sua segunda etapa encarnatória.

Nossa gratidão, amor e devoção neste dia, que nos coloca, antes de tudo, em estado de alerta para os acontecimentos do porvir, mas que também é vívido, por ocasião da comemoração da Páscoa cristã, no quesito renascimento.

O desencarne de Sai Baba no dia em que se comemora a ressurreição de Jesus é, no mínimo, um tema para reflexão, justamente porque coloca dois deuses cujos seguidores, a exemplo do que ocorreu entre hindus e muçulmanos com relação a Baba de Shirdi, em posição de similaridade no inconsciente coletivo do mundo. É, portanto, uma maneira capciosa de provocar, no psiquismo ocidental, uma comunhão conclusiva desses dois avatares que estiveram desde a criação deste Universo acompanhando e cocriando com Javé.

Isto, mesmo sendo interpretação simplória, é a base psíquica para aceitarmos melhor o que virá em termos de aceitação a Javé e aos seus desígnios, colocando-nos em condição de cuidarmos melhor e mais do nosso íntimo, sobretudo, na questão da divindade interior.

Que possam, os esforços de Sathya Sai, se agigantarem e ecoarem em nossos corações e vida prática no sentido de nos tornarmos seres melhores a cada dia, praticantes incondicionais e conscientes de suas sementes de verdade, amor, paz, retidão e não violência.

OM SAI RAM!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Livro de Eli

O testemunho da fé e dos valores verdadeira se revela através da visão futurista do filme O Livro de Eli causando grande impacto de consciência.


O filme produzido pela Columbia Pictures e distribuído pela Warner Bros. desde janeiro de 2010 (em Portugal e Brasil só chegou em março, respectivamente nos dias 11 e 19) não foi recorde de bilheteria nos Estados Unidos somente por conta do imbatível Avatar, porém, garantiu o sucesso da estreia.

A repercussão pelo mundo não deixou por menos, se considerarmos o índice de arrecadação de U$157.057.949,00, ao final de sua exibição.

Classificado como ação e ficção científica, o enredo de Gary Whitta reescrito por Anthony Peckham trata, na verdade, do futuro terreno provável, caso a humanidade não mude drasticamente hoje o seu modus vivendi, sua relação com a natureza e com os valores com os quais ajusta seus comportamentos socioambientais.

Envolvido por uma película que desbota a cor natural, o filme aparenta um mundo acinzentado pela ação devastadora de uma guerra que quase dizimou a humanidade deixando apenas poucos sobreviventes e pouquíssimos recursos de sobrevivência.

Numa nova terra sem lei, dois personagens fortes aparecem como articuladores de uma nova etapa, pós-apocalíptica: Eli (Denzel Washington), uma espécie de agente de Deus que tem a missão pessoal de recuperar a divulgação da Bíblia sagrada, cujos exemplares foram queimados todos, menos o que Eli carregava consigo, e Carnegie (Gary Oldman), uma espécie de prefeito de um vilarejo remanescente que procura pelo livro sagrado com o intuito de governar o mundo através do poder e do medo que a Bíblia poderia lhe ofertar, conforme fora no passado.

Carnegie subjuga as pessoas do vilarejo com sua intelectualidade e poder econômico maior. Mantém uma mulher cega como companheira, e à filha desta, porém as trata como meras escravas.

Eli, por sua vez, luta por uma sobrevivência idealista com o objetivo de encaminhar-se para o Oeste e ali poder encontrar um lugar que recebesse e tratasse a Bíblia com seu devido valor, com pessoas ou alguém que pudesse trabalhar ao seu lado pela divulgação da palavra pela fé, e não pelo domínio.

Quando os dois se encontram, Carnegie, reconhecendo a superioridade intelectual, moral e física de Eli, propõe trabalho ao forasteiro, desde que este lhe entregue o último exemplar do livro que tanto deseja obter.

Negando entregar o livro ao ambicioso "prefeito", Eli sai ileso do vilarejo, amparado pelas forças divinas que o protegem de qualquer ataque, inclusive, dos grupos de humanos que caçam humanos para comer suas carnes, em nome de uma sobrevivência amoral e contaminante que se instalara no planeta.

Segue-o a jovem Solara (Mila Kunis), filha da cega Claudia (Jennifer Beals), que se sensibilizara com as poucas palavras e práticas introduzidas em sua vida por Eli no pouco contato que tiveram. Eli a rejeita, mas depois, vendo-a em perigo, recorda os preceitos da Bíblia e a salva, aceitando-a como companheira de jornada.

Interpelados por Carnegie e seus comandados, Eli é baleado e acaba entregando o exemplar da Bíblia para o déspota, em troca da vida da jovem.

Os dois, então, vão para o Oeste e enfim encontram um livreiro que se empenha por recuperar a cultura do mundo e se digna complacentemente a editar e reproduzir o livro sagrado.

Eli, ferido e já no fim de suas forças, não se demora e surpreende quando simplesmente dita o livro inteiro para o livreiro, mostrando que os 30 anos em que esteve à busca de seu destino lhe serviram para absorver o compêndio a esse nível de decorá-lo por inteiro.

Concomitantemente ao trabalho de Eli, o braço direito de Carnegie se empenhava a abrir o complexo fecho que separava o déspota do tão almejado tesouro. Uma vez que o conseguiu, porém, descobriu que o livro estava todo escrito em braile, o que impossibilitava sua leitura, a não ser por Cláudia, que recusou fazê-lo, supostamente por indicação do próprio livro, que seu algoz abrira ao acaso e colocara à sua frente para que ela lesse para ele.

Eli termina seu trabalho e morre, mas antes clama a Deus que proteja a jovem da mesma forma como o tivera protegido até então. Solara toma posse das armas de Eli e sai em jornada própria com o intuito de regressar à casa, onde poderia, ao lado de sua mãe Claudia, iniciar nova semeadura das leis de Deus.

Apesar de muito pouco comentado no Brasil, O Livro de Eli é um retrato fiel da fé exigida por Javé a seus escolhidos e, por extensão, a todos os que se dignam a tornarem-se fiéis ao Senhor criador do Universo, acolhendo propriamente os preceitos mais básicos: abraçar o desígnio ditado por Deus com total abnegação, perseverar na missão até sua conclusão, confiar na proteção ofertada para enfrentar os desafios do percurso, entender que a tarefa é particular e não se desviar do caminho para atender às necessidades de outrem, sabendo que tal desvio é impedimento para a conclusão da tarefa ("isto não é problema meu" é, no filme, o jargão que exprime o esforço necessário para todos os que trabalham efetivamente para a causa de Javé, uma vez que toda energia gasta com aqueles que não despertam sua mente para a Lei e insistem na vida obscura da ignorância é mero desperdício). Por último, ainda tem-se a doação extrema de si para o benefício da humanidade (já que, ao final, ele próprio não sobrevive para usufruir os resultados da empreita).

Recomendo o filme para todos os que desejam conhecer os meios de atuação de Javé e como, por outro lado, se deve dar testemunho à fé a ele devotada.

O outro ponto positivo do filme é o panorama de destruição que denuncia um futuro muito provável para nossa humanidade, já que somos os reis do desperdício e do emprego equivocado da inteligência e da fé. Como base para reflexão, é de fato imperdível.