É decepcionante a reação dos que estão anestesiados pela ilusão diante das questões fundamentais do Espírito.
Hipnotizados pelos interesses exteriores, não possuem claridade psíquica para os valores íntimos.
Refugiados na couraça da indiferença, somente se sensibilizam com algo desde que possam retirar proveito pessoal, de ordem material.
Trêfegos, não se detêm, sequer, no exame da conjuntura da morte, de que se não podem evadir.
Frios, emocionalmente, para as realidades da alma, eliminam as possibilidades da sobrevivência e tentam aproveitar ao máximo o corpo somático e as questões que lhe dizem respeito.
São cadáveres que respiram, mortos para a inevitável realidade da vida.
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Sobreviverão à própria morte.
Lamentarão o tempo e a oportunidade perdidos.
Não te é lícito, no entanto, desanimar, em razão do bafio que expelem, na indiferença de que dão mostras.
Eles ignoram o estado em que se encontram, tal é a fatuidade que os possui.
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Prossegue ensinando.
De alguma forma já foste assim.
Atravessastes caminhos igualmente penosos, antes de despertares para as valiosas concepções da imortalidade.
Sem dar-se conta, as sementes que lhes entregaste com carinho e eles desconsideraram, sob o adubo da dor e irrigadas com as lágrimas, que a todos nos visitam, germinarão.
Nenhum bem se perde.
Há grãos que atravessaram milênios em tumbas faraônicas, ao lado de cadáveres dourados, ajaezados de joias, e que voltaram a produzir, enquanto os que lhes foram depositários continuaram múmias...
As sementes de luz e de vida eterna que lhes ofertas, na tumba da presunção em que se encarceram, amanhã ou depois se transformarão nas estrelas rutilantes que lhes apontarão o rumo da noite por onde transitam, hoje hebetados.
Continua semeando como Jesus o fez, sem aguardares os resultados imediatos.
Joanna de Ângelis
Paris, França - 04 de setembro de 1980
Livro: Roteiro de Libertação
Divaldo Pereira Franco, por Espíritos Diversos
Capemi Editora